Estava a falar com uma amiga minha, e estava-lhe a contar o
meu procedimento para conhecer pessoas há 15 anos atrás. Sim, porque nessa
altura, ainda andava tudo muito escondido, não tanto como em 1980, é certo, mas
ainda assim, escondido. E como fazia?
Bom, atentem nos passos:
1. Entrava no mIRC e na sala #gay, ou #gaybetos, ou o que houvesse.
“Via” algum "nick" que me interessasse, e metia conversa.
2. Se a conversa continuasse simpática, ou sentisse empatia pela
pessoa, passava para o MSN. Aí, as conversas eram mais ou menos profundas,
trocavam-se fotografias ou ligava-se a webcam. Se o interesse permanecesse em
ambas as partes, tentava-se aprofundar o “conhecimento” e trocavam-se números de
telemóvel.
3. Com a troca de números de telemóvel, a “coisa” sempre era
mais séria. O contacto era mais frequente, mais expedito e mais eficaz. Já
havia alguma cobrança do “não me respondeste”.
4. Se o passo anterior corresse bem, e a vontade ainda subsistisse (muitas vezes já tinha esmorecido, de um lado, ou de outro), combinava-se um
encontro ao vivo. Era aí que nós avaliávamos o “conjunto”. Normalmente, marcava os meus encontros em sítios com algumas pessoas. Optava sempre (porque sou de
Lisboa) pelos jardins da Gulbenkian, pelo Picoas Plaza, pelo Monumental, pelo Atrium
Saldanha (ou Residence) ou ainda, algures no Chiado.
Com o surgimento de sites como o Gaydar ou o Manhunt, o
procedimento era, mais ou menos o mesmo, sendo que a parte visual era logo ali
desmontada. A diferença, era mesmo a questão da conversa… da picardia… da interacção. Embora o mIRC tivesse
o grande problema de imaginarmos uma pessoa que não existia (e a desilusão ser
certa), tinha a vantagem de conseguirmos falar (ou teclar) com alguém, sem a
necessidade de correspondermos aos seus padrões físicos. Podíamos só “jogar
conversa fora”, passar um bocado de tempo, ou sentir alguma normalidade em estar
num local a falar, sem outra intenção… que não fosse falar (uma vez que não haviam
bares/cafés de jeito, onde pudéssemos fazer isso de uma forma mais natural). Ahhhhh! E o mIRC tinha ainda outra mais valia: a questão do anonimato, garantida pelos "nicknames". E qual era o meu? A verdade, é que nesta fase tive alguns, mas isso ficará para outra partilha.
Mas que idd tens tu para andares no MIrc?
ResponderEliminarNem eu cheguei a usar o Mirc lol
Faço 40 este ano lol Não sei como é que nunca usaste :s
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